Pequenos pedem urgência no Simples

Após o anúncio de aumento de 50% do teto do faturamento necessário para as empresas usufruírem dos benefícios do Simples Nacional, os empresários brasileiros cobram urgência na aprovação da proposta divulgada pela presidente Dilma Rousseff anteontem. Com a mudança, a receita anual bruta máxima para contar com os incentivos subirá de R$ 120 mil para R$ 180 mil para microempresas e de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões para pequenas empresas. A medida também ampliará o teto do programa Micro Empreendedor Individual (MEI), de R$ 36 mil para R$ 60 mil.


Para Janaína Lourenço, assessora jurídica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP), a elevação do teto será um alívio para os micro e pequenos empresários, mas a medida precisa ser aprovada com rapidez. ``Os valores atuais estão defasados. Dessa forma, muitas empresas ultrapassam o teto e acabam optando pela informalidade. Esperávamos que a decisão viesse por medida provisória, mas ainda terá de passar pela Câmara e pelo Senado``, disse.


Helena Rego, analista de políticas públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), avalia que a aprovação do novo teto é fundamental para combater o que ela chama de ``Síndrome do Peter Pan``, comportamento típico de empresas com faturamento próximo ao limite do Simples Nacional que evitam crescer a fim de manter a tributação facilitada.

Avanço
``A surpresa positiva foi a elevação do teto do MEI para R$ 60 mil, quando se esperava um reajuste menor. Isso é a confirmação de uma política que está dando certo. Atualmente, o programa superou a marca de 1,4 milhão de trabalhadores beneficiados``, ponderou Helena. Armando Castelar, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), também considera o aumento do teto como um avanço. ``Ao mesmo tempo em que os pequenos empresários terão melhores condições de crescer e gerar empregos, a fiscalização fica facilitada, o que gera uma economia de recursos capaz de superar eventuais quedas na arrecadação``, ponderou.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) classificou como ``justa`` a proposta de reajuste no teto do faturamento, mas ressaltou que esse é apenas o primeiro passo para trazer justiça fiscal ao micros e pequenos empresários. ``É bom, mas ainda há muito o que fazer, sobretudo na questão da substituição tributária``, disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
O Simples Nacional unifica a cobrança de oito tributos, entre eles os federais Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o estadual Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), e o municipal Imposto sobre Serviços (ISS). As tabelas de tributação são diferenciadas: para o setor do comércio, as alíquotas vão de 4% a 11,61%; na indústria, começam com 4,5% e chegam a 12,01%; e nos serviços, variam de 6% a 17,42%.

Fonte: Clube dos contadores


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