A CORAGEM DE COBRAR CARO

Faz décadas que venho tentando encontrar palavras para colocar no papel, o que vem acontecendo em várias classes profissionais nos tempos de hoje, tais como ética, profissionalismo, competência, imprudência, negligência, imperícia, gostar de fazer (cada um na sua profissão), e o pior, a concorrência desleal (aqui na contabilidade somos campeões), em muito prejuízo a todos da classe, e aos empresários nem se fala. Vez que a própria receita federal tem dito que irá arrecadar fábulas de dinheiro, que supostamente tem a receber, e no meu modesto entendimento tem mesmo. O que acontece, é que infelizmente, algum empresário (que eu chamo de DONOS DE EMPRESAS), não quer qualidade profissional, e sim preço. Acontece nos dias de hoje, qualquer profissional qualificado, para ser bom profissional ele tem que ter capacitação profissional, fazer cursos, seminários, congressos nacionais e internacionais, ter um bom programa de geração e gestão contábil (os bons do mercado não são baratos), funcionários com capacidade técnica de ponta (nos dias de hoje tem que capacitá-los), revistas técnicas de boa qualidade (as boas não são baratas), para que tenhamos diariamente condições de atualizarmos com as "montanhas" de leis que saem diariamente. E eis que deparo com o "Jornal Informe" do SESCON-MG, a matéria que eu queria, de Stephen kanitz, formado pela Harvard Business School, que tem o titulo de nossa matéria:
Meu médico me recebeu todo envergonhado pelo seu atraso de duas horas na consulta marcada.
"Doutor, eu não estou irritado pela espera porque o senhor é simplesmente o melhor médico do país, e eu não sou bobo. Prefiro esperar a consultar o segundo ou o décimo melhor especialista da área".
"Eu só acho triste que o melhor médico deste país esteja cobrando o mesmo preço que os outros, tendo de trabalhar o dobro, sem tempo para estudar e ver a família. Eu, como palestrante que sou, cobro dez vezes o preço desta sua consulta, só que nunca chego atrasado".
Cobrar mais significa criar um cliente mais exigente, que irá reclamar toda vez que o serviço não corresponder ao preço. Cobrar menos é sempre a saída mais fácil, dá menos problemas, menos reclamações.
É preciso ter coragem para cobrar mais e assumir as responsabilidades inerentes. Só que, se cobrar o mesmo que os colegas menos competentes estará sendo injusto com eles e consigo mesmo. Eu sei que é difícil cobrar mais caro, mas alguém tem de dar o exemplo, mostrar aos outros profissionais o caminho da excelência, implantar novos padrões, como pontualidade, por exemplo.
Você será o GURU da nova geração, e a inveja que terão de seu novo preço fará com que eles passam a copiá-lo. E, à medida que seus colegas se aprimorarem, sua vantagem competitiva desaparecerá e você terá de reduzir o preço novamente ou então melhorar ainda mais seus serviços. Somos essa sociedade atrasada porque, entre nós, cobrar caro, ganhar mais do que os outros é malvisto pelos nossos intelectuais, políticos, lideres religiosos e professores de sociologia.
De graça, o povo não tem como reclamar dos péssimos serviços, os alunos desses professores não têm como criticar as péssimas aulas.
Nós administradores já descobrimos há tempos que refeições grátis para funcionários não são valorizadas, e a qualidade despenca. Por isso, cobramos algo simbólico, 10% a 20% do seu valor.
Se o ensino fosse cobrado, em pelo menos 10% do valor, teríamos país de alunos reclamando do péssimo ensino público e gerando pressão por melhoria e redução de custos.
Precisamos mudar a mentalidade deste país, uma mentalidade que incentiva a mediocridade, e o medo de cobrar pelos serviços, por óbvias razões.
Se você acha que cobrar caro e ficar rico é politicamente incorreto, doe o adicional.
Mas não faça a opção pela pobreza, não tenha medo de cobrar cada vez mais. Caso contrário, continuaremos pobres e medíocres para sempre (Stephen Kanitz).


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